domingo, novembro 18, 2007

Transmutações

E porque o passado é parte integrante do nosso presente, decidi invadir todo o pensamento que me atormentava há uma dúzia de meses. De facto não sou mais o mesmo. Tanta angústia que ficou pelo caminho… tanto pedregulho que consegui tirar do sapato… tantas perdas inevitáveis e por vezes incompreendidas… tantas alegrias como conclusões de sonhos tornados realidade… tantos choros pela dificuldade de aceitar as arbitrariedades a priori… tantas vivências que me tornaram no que sou hoje, alguém muito mais rico, muito mais maduro, muito mais genuíno, muito mais EU.



“Conheci uma nova pele, um novo olhar, uma nova respiração, um novo coração…

É tão estimulante como apaziguador de mágoas, esta nova descoberta de mim mesmo, metaforizada num outro ser, com tantos dilemas e anseios como eu próprio, enquanto universo independente e individual!

Cabe-me a mim, agora que escolho que pedra devo retirar do próximo passo e que já consigo contar as veias da mão, fazer com que não derrame sangue por esse caminho a que me propus percorrer…

Vou esperar mais um pouco, nunca se sabe o que se passa do outro lado. Possivelmente, qualquer constelação que se evidencie, mas que prime pela diferenciação, deixará gorada toda a expectativa criada nessa esperança incompreendida, mas instantânea.
Todavia, só peço que nunca te esqueças… gosto de ti!”





Na verdade, passado um ano posso acrescentar que penetrei nesse conhecimento de mim próprio através daquele alguém que me corre nas veias… que já não metaforizo apenas… mas que já me projecto na sua vivência… já me vejo integrante. Retirei muitas pedras… muitas mais haverão para tirar, mas desta vez já não o faço sozinho… já existem duas mãos dadas e entrelaçadas num amor inqualificável e inquantificável. O sangue não derramou e o tempo de espera compensou. Não me desiludi… pelo contrário, fui surpreendido pela mais bonita forma de me sentir… um crescendo a cada beijo, a cada toque, a cada união carnal, a cada entrega pura e desinteressada que reciprocamente nos ofertamos. Venci… e vencemos a cada minuto de amor… a cada estado de intensidade… a cada troca de olhares profundos sem precisar de falar nada para quebrar um arrebatador silêncio… a cada gargalhada… a cada suspiro… a cada pilar que juntos erguemos nesta nossa querença.
Agora já compreendo a outrora incompreendida esperança… é assim que sou verdadeiramente Feliz.
Todavia, só peço que nunca te esqueças… já não gosto de ti… AMO-TE!”

quinta-feira, agosto 16, 2007

Dor de viver!


Existem dias em que tudo desaba! Entramos em nós questionando tudo o que inequivocamente não se explica taxativamente. É aí que tudo pesa cá dentro… a angústia renasce ou acorda como algo constantemente adormecido que volta e meia nos põe o coração nas mãos. Se ao menos pudéssemos controlar o mundo, articular os nossos princípios com as atitudes dos outros e até a nossa conduta, seria muito mais simples ser feliz (mesmo com as amarguras que roemos incessantemente para nos dignificarmos).
Na primeira pessoa afirmo ser comigo mesmo que teimo e entre um conflito e outro vou descobrindo ainda mais pedregulhos poluentes da minha estrutura emocional. É por entre complexos de inferioridade e visualizações de mim mesmo algo pessimistas que vou agonizando muitos dos pedaços do meu quotidiano.
Pressiono-me a mim mesmo para ser feliz porque se assim não for, julgo sucumbir ao comodismo. Porém, desiludo-me quando eu também me acomodo... quando não consigo demover as arbitrariedades da sua própria existência e mais uma vez não controlo tudo. Há dias em que sou nada, muito embora sinta tudo. É esse sentimento exacerbado que me repugna em mim mesmo… já não consigo mais pensar racionalmente. Sinto que perdi o controlo de mim mesmo… sinto que me mudei em prol de muita coisa imerecida e outras até que valem a pena… mas mudei! Cobri-me com uma nova roupagem que em nada se articula com a realidade simples e eficaz.
Queria tanto ser perfeito. Julgo ter sido nessa busca que me tornei pior… lamento não estar ao nível dos outros, das suas capacidades, da sua essência, das suas crenças, da sua beleza aparente. Lamento não chegar para ti como acho que mereces… afinal não sei saborear vitórias. Acho que não sei ganhar… ver o belo onde ele é obscuro… e descobrir-me por entre lamúrias e lamentações. Já não confio mais em mim como outrora… mesmo tendo mudado porque estou vivo. Deixei de sorrir à mais alta estrela com a esperança de um dia lá chegar… Deixei de ser eu, para me poder aceitar interior e exteriormente… mas ainda hoje não sou suficiente para mim. Suicídio? Não, essa seria a cobardia do ser… vou preferir a cobardia do não ser para me poder encontrar, mesmo que para isso tenha que me submeter à dor de viver.

segunda-feira, maio 21, 2007

Mas o amor é isto...

A essência do belo em cada momento que se vive, está presente na partilha profunda e inequívoca com o que vulgarmente chamamos de personificação do coração. Porém, e apesar de todas as contrariedades imanentes a cada senão, há que sorrir para as evidências. Acatar o que é verdadeiro e aceitar a entrega proeminente num próximo ser, para construir a solidez de uma contemplação físico-espiritual. E é nessa mediação de compleições, por vezes ligadas a devaneios masoquistas, que somos felizes quase que absolutamente, na esfera do interior.
É saboroso um toque, que vindo de dentro, toca na outra maré de aptidões circunstanciais para retribuir, mas debruçados na projecção do caminho futuro.
É um misto de querer e poder, com a certeza terrestre que a concretização do agora em nada tem a ver com controvérsias ancestrais.
Mas o amor é isto… uma vivência em unidade num amanhecer pós sofrido e na coloração espiritual da presença da carne como símbolo de união.

quinta-feira, abril 19, 2007

Momentos...


Pela margem desnuda
Pelo rio corrente
Pela manhã que acorda
Pelo sol poente

Num pensamento imaginado
Numa levitação submersa
Pela água que corre
Por entre uma conversa

Uma nuvem que palpita
Um beijo de amor envergonhado
Pela pele da alma escorrega
Com a vontade de ser amado

E no olhar que suspira
No toque desenfreado
Consigo respirar o amor
Sonhando eternamente acordado!




Beijo ;)

domingo, fevereiro 04, 2007

Fim do princípio!!

Acabei de aprender que a crença na materialização dos instintos mais inabaláveis, dimana num misto de picos sensitivos e orgulho por se ter procedido à tentativa. Apesar das constantes objecções, a felicidade final poderá estar mais perto do que realmente se vê. Basta acreditar de novo tanto no ser capaz de apaixonar alguém, como no ter capacidade de se deixar gostar. Basta crer que se pode ser feliz com o que se escolhe… basta libertar vontades recônditas e transmuta-las para vivências lícitas, credíveis, verdadeiras e grandiosas, no seio de toda a perpetuidade da querença de ser como nos manda o interior.
Sinto que o meu bem-estar se encontra no próximo piscar de olhos… vou arriscar e pisca-los já, pode ser que quando os abrir avassaladoramente, me sinta a pertencer à mais encantada razão do coração: o Amor…

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Dubiedades Adversas

Diante das mais simpáticas adversidades, fui conduzindo o meu mais próximo quotidiano de sorriso nos lábios. A mais pequena abertura dos mesmos e as luzes que irradiavam dos meus olhos, direccionavam o pensamento de quem se cruzava comigo no meu caminho, certamente para o estado mais óbvio: a Paixão.
Foi um estado bonito. Não conseguia parar de transbordar felicidade. Agora sim, posso ser realmente livre em expressar o que o meu coração me diz. No entanto, a situação tende a piorar. Sinto-me perdido… à deriva. Por um único momento que seja, preciso ser feliz plenamente… mas receio o estado seguinte. A complicação inerente ao que circunda o outro lado, e até a minha própria indecisão em tomar partido de um dos rumos de que disponho, activam ainda mais todas as susceptibilidades desta actual vivência.
Vou agonizando a cada segundo que corre, sem que veja a luz no fundo do túnel. “A vida é feita de oportunidades” e juntando aquelas que já perdi, com as que questiono o meu bom agir sobre elas, descubro uma espera interminável, que em nada me garante o regozijo ansiado.
Qualquer que seja o momento que se cria, o ambiente que se obtém, vivo todos de forma intensa com a assimilação necessária para me lembrar exactamente do que se passou. Crio sempre uma visão absolutista de um abraço. É nesse momento que sinto que o físico se mistura com a espiritualidade. Visiono dois mundos distintos: o vulgar, em meu redor, cujos seres vagueiam na tentativa inebriada de viver, e o mágico, aquele em que estou naquele preciso momento. O coração bate. As pernas tremem. O toque concretiza-se. É a isto que chamo sonhar romanticamente acordado.
No fim… bem no fim tudo se eterniza com a dúvida premente que entretanto se continua a arrastar, mesmo após este alquímico momento. E compele-se o meu ser à entrada abrupta na realidade, onde tudo se torna de novo mundano e vulgar: respira-se para se poder acreditar que se vive… com a grande esperança na utópica melhoria do momento seguinte.



(Desculpa voltar a expor-te… desculpa voltar a tocar neste assunto aqui! Mas estava a precisar de desabafar com este meu cantinho! Acho que me percebes!!)

terça-feira, janeiro 16, 2007

Hesitações


No silêncio de cada passo, na obscuridade de movimentos, na ambiguidade de cada hipotética crença que possa formular, vou continuando a acreditar que é possível! A cada dia que passa, a confusão instaura-se dentro de mim… almejo o sim… o não é garantido… mas temo o talvez!
Qualquer descoordenação sentimental da minha parte, aumenta toda a minha falibilidade de acção relativamente à tua. Compreendo toda a situação, mas não deixo de agonizar a cada segundo que te tenho sem ter… que te sinto sem sentir… que, na verdade estou contigo sem estar.
Sinto-me a arrastar o coração para um ciclo sem fim, sem saída, sem porto de abrigo… para um começo que teima em não terminar. O vazio da esperança ganha, tem a capacidade de piorar toda a ânsia de uma decisão concreta, firme e ponderada. Todavia, estou cônscio de que a melhor atitude é esperar persistentemente como tenho feito até então. Mas a dificuldade inerente à minha capacidade de espera é, na verdade o facto de ter a impaciência como algo assegurado.
Não falho às minhas obrigações… não esqueço as minhas promessas… nem quebro pactos… porém, a distância entre agir como pensamos e actuar segundo o que sentimos é mínima. Tenho medo! Tenho muito medo do sofrimento, do caos interior, da negrura sentimental… do inesperado!
Entretanto, o tempo passa… e o futuro é-nos sentenciado e até nos pune pelas decisões anteriormente tomadas… seja no passado desse mesmo futuro ou no passado do presente…
Nas circunstâncias que circundam os factos, não sei o que será o melhor: se racionalizar a questão, se seguir o que nos mandam as emoções… Mas seja qual for a decisão que tomares, eu só quero que saibas que estou de braços abertos e peito vazio até para recomeçar tudo de novo, se for necessário… pensa, escolhe, mas arrisca sem estagnar!