sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Jornadas cíclicas


A mecanização vivencial da actualidade é o paradigma que revela a ingenuidade individual e quotidiana de uma sociedade. Esta minha incredulidade é uma derivação imperfeita dos rumos escolhidos por outrem e por mim mesmo. Quando me sento e observo marcas de caminhos sincronizados na simultaneidade premeditada, arde-me o coração por repudiar qualquer espécie de difusão semelhante ao juízo colectivo. O todo padronizado apavora a mais gélida das almas. Todavia, estas tentam sobreviver no regime que vigora actualmente: o da submissão. É tão mais fácil a escolha pela concepção generalizada, que conceber uma nova, fresca e revitalizadora. O antagonismo precoce e singular impera desde a fertilização, mas teme-se aceitá-lo pelas consequências traumáticas que dele advêm, ou podem advir.
Mesmo assim, acena-se futilmente à grandiosidade de actos vãos que dominam numa mentalidade prematura, histórica e em nada evolutiva. Afinal de contas, sorri-se por não existir nada mais a acrescentar.
É na vontade do amanhã que se estabelecem permutas presentes, interpretadas como irrefutáveis a uma futura conduta. Mas a sabedoria alicerçada, não na vontade (que se torna susceptível e suspeita de qualquer senso comum) mas numa crença verdadeiramente credível pelos demais e relativamente autêntica, facilitaria muito mais a crescente globalização do ser no ilimitado ambiente onde se insere.
Urge o espírito da revolução cravado no sangue individual e colectivo. A vontade evolutiva devia ter a moralidade de predominar no todo consciente. É necessário acreditar para resistir. Porém, é tão menos precisa a imitação intencional de quem se sabe ou pensa intrinsecamente BOM. A inércia constante face a uma melhoria cognitiva numa perspectiva evolutiva, exalta de mim a revolta pela generalidade mundana a que somos confrontados e cruelmente obrigados a admitir.