segunda-feira, julho 14, 2008

Aurora esquecida


Há momentos em que o sol desaparece,
Enregela-se o ar e o corpo adormece.
Há momentos em que o quente arrefece,
O coração gela e a raiva apetece.
Há momentos em que tudo se desmorona,
Tudo apodrece e a calma se esquece.
Há momentos em que minh'alma entristece,
Vontade de viver desaparece e o meu ser empobrece.

Tenho branduras infames em momentos temerosos,
Repúdios coléricos que ditam a falha.
São glórias perdidas acima da dor,
Que me trazem aos olhos a esperança canalha.

Inscrevo o ardor que me traz aqui,
Pela explosão que isso constrói.
Adoraria que não fosse assim,
E que matasse por mim aquilo que me corrói.

Nau vagabunda, mordaça de mar,
À deriva do sonho, perdido navegar.
Canto que fui, canto que sou,
Diferente de tudo, daquilo que sonhou.

Aurora anoitecida, pelo breu da escuridão
Ajuda-me a clarear, a aturdida imensidão.

3 comentários:

Anónimo disse...

E em todos esses momentos estou junto a ti para te levar novamente ao momento seguinte em que a noite volta a ser dia.
Beijo :)

Anónimo disse...

Gosto do que escreveste e gostei muito do comentário das Ana.Gosto de os ver juntos e,se for vosso desejo, mantenham e aproveitem bem esses momentos, quer quando no seguinte a noite volta a ser dia, quer quando o dia se transforma em noite. Usufruam o máximo de cada momento dando-lhe a importância devida, no momento certo, com o peso certo.
Bjocas
Beatriz

Anónimo disse...

Oh Luís!
Que poema fantástico! Nota-se que pões em cada palavra aquilo que sentes :) E que te dá muito prazer escrever!

Beijinho